Arte egípcia em John A. West

Artes e Fatos - Título Especial

Da mesma Série “Origens dos Conhecimentos”

Uma das controvérsias que se teve em torno do livro de John Anthony West diz respeito ao entendimento quanto à “arte” egípcia, que assume, em sua obra, uma compreensão esotérica de um modo de proceder que equivale à determinada técnica de se conservar conhecimentos que organizam, por sua vez, sentidos específicos à compreensão humana, sobretudo quanto a um mundo em que essa compreensão se interpreta multidimensional. Desse modo, o livro traz argumentos bem plausíveis de que a arte egípcia, na sua antiguidade, deve ser considerada sob um aspecto holístico de consciência sobre o que é a vida humana sobre a terra, portando-se, a consciência, sob uma natureza sutil e imperecívil, embora tenha forma passageira sob as condições diferentes com as quais se molda na natureza.

A arte egípcia seria, para ele, uma especialização de algum entendimento humano dedicado que ficaria registrado numa superfície acessível à compreensão, sendo forma de aprendizado dos meios para os fins que, enfim, organizam as expressões culturais, tanto na arquitetura quanto nas representações das proporções de suas esculturas e em seus monumentos, como se dissesse que em múltiplos planos estenderia-se sua compreensão.

Sobretudo, revelariam questões espirituais com uma natureza econômica simbólica, porque, ao se crer na intercessão de forças não-naturais à própria natureza de sua existência, os egípcios do período da Antiguidade estariam cientes de algum conhecimento relacionado ao entendimento de que eram alguma parte compreendida em um todo, tal qual argumento holístico que impõem o caráter passageiro à existência humana, passagem compreendida pela sandália como símbolo de humildade e de dignidade ao homem egípcio para o além vida.

A prova do que segue acima, nas palavras de John A. West, estaria nos critérios aplicados a bem de uma geometria sagrada e apurada por uma matemática que teria, na verdade, uma função de linguagem muito mais ampla do que a de cálculo material ou de objeto simbólico. Afinal, a Escola que West acabou por fundar na egiptologia teria o símbolo como arcabouço principal para o entendimento do que, hoje, chamamos de zoneamento moderno das cidades, mas que, em seus aspectos conceituais, estaria completamente compreendido no conhecimento egípcio de uma realidade multicultural, relacionada às populações humanas, sob múltiplas formas de hábitos culturais que teriam aplicações fortemente vinculadas ao interesse do Estado egípcio.

Mas a questão do que me parece fundamental a todo estudo alcançado por meio desse livro é o reforço no entendimento de que o ser humano não teve nenhuma alteração substancial em seu processo biológico ambiental nos últimos 10 mil anos, sendo que as condições à manutenção de sua existência não se alteram pelos fatores físicos orgânicos. O que se alterou nesse meio tempo na vida humana sobre a terra foi o modo com que responde a uma mesma gama de necessidades que dão, aos eventos, os sentidos de ocorrerem entre pontos extremos e ponderáveis (interseção) pelo caminho do meio do homem egípcio em que está a sua dignidade de se encontrar em equilíbrio na balança do juízo da pena de Maat.

Como qualquer fenômeno cultural, também o instituído pertence ao mundo dos discursos. E como argumentos, é uma prática condicionada a uma manutenção de fatos verificáveis sob a forma de perspectivas dadas pelas dimensões em que se interpreta qualquer legitimidade do fenômeno aparente. Esse é o discurso da intercessão divina entre planos dimensionais distintos na relação queda e ascensão humana, como o fenômeno crístico**.

De igual forma, o planejamento de uma infraestrutura às cidades egípcias, considerando as entradas de insumos, o controle da produção e do escoamento, seria um conhecimento intermediado pelas formas sob as quais foram concebidas tais cidades pelos entes divinos, em que esses interviessem em seus domínios como centros de seus poderes.

Assim, para o homem egípcio o caminhar entre linhas extremas não seria uma novidade na percepção de que sua existência humana não se limitaria à natureza física, mas que estaria dependente de uma gama de respostas que lhe daria uma condição humana a se ter sua manutenção enquanto cultura de um meio à transformação pela qual fosse, seu ambiente, um modo de se compreender, com ele vivendo como se numa cápsula temporal. 

Na observação do espaço do Rio Nilo, do leito interpretado como cérebro e sistema nervoso da medula espinhal humana, muito facilita o entendimento de que a consciência de um homem egípcio na Antiguidade possa ter diversas fontes de interpretação de si, incluindo a de “ver-se” como se do alto avistasse a própria concepção do espaço do mundo egípcio.

Nenhuma das formas de existência, que se sabe conhecida, obtém manutenção sem fonte de recursos que lhe seja externa, num sistema de transformação que se atribui ao conceito de alimento como um princípio vital determinado às cidades egípcias em que, também, incluiriam a ideia de prosperidade das regiões e dos habitats pela transformações dos meios em que se obtinham tais recursos.

Tem muito conteúdo publicado em vídeo sobre essa área! Vale conferir!

Egídio Mariano

 

*As postagens da série “Origens dos conhecimentos” começa em: Ank e o sinal de dignidade real e é onde se inicia a jornada de leitura! Boa viagem!

** O fenômeno da intercessão é algo chave nos escritos bíblicos, considerado a força que move “a mão de Deus”, sendo seu intercessor o que suplica com mãos para Deus e Lhe pede intercessão em favor “desta pessoa”, ou “por esta família”.

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