Acervo de vivências em registros históricos
Sem ânimo humano, nada dele mesmo se move, se movimenta, se motiva, nada se registra ou se torna parte de uma história.
Transformação é uma das palavras chaves a um desenvolvimento humano quanto ao que se liga, fundamentalmente, ao seu comportamento; e a maneira com que a transformação ocorre, dada uma “ruptura” que significa uma consciência quanto a um estado de mudança, nos leva a interpretar a transição entre um momento e outro por meio de uma gama de experiências compreendidas por eventos positivos e negativos, os que recordamos a fazer um recorte da realidade que “desliga” alguns dos significados e os “liga” a outros, à semelhança de sinapses cerebrais a produzir uma nova relação de sentidos estruturados à base da vida em sociedade.
Ao que nos lembramos que a aprendizagem é evento necessário para o movimento de uma experiência compreensível que, como mentalidade, lida com o tempo presente e o futuro, (já que, ao não repetimos erros do passado, reconhecemos os méritos do processo de fluxo em que fazemos ajustes de nossas ideias/ações), podemos chegar a algum sentido de equilíbrio que se atinge por meio de um princípio relacionado ao sentido de justiça, um sentido que melhor se expressa ao representar uma sustentação de ideais orientada ao que se espera de um futuro quanto à experiência das sociedades.
A base humana é comportamental, dotada de uma plasticidade, ou seja, pode ser “moldável” e, na verdade, o é na continuidade ou não da consciência que se expressa como conduta, representando-se, assim, por uma síntese de pensamento que intimamente a anima e, por isso, também se revela numa cultura viva de indivíduos que se estabelecem por meio de suas identidades dentro de um processo de aprendizado contínuo, quando a linguagem e a comunicação, entre os mesmos indivíduos, são algumas das bases da civilização desde a formação da cultura, isso há mais de oito mil anos atrás, porque juntar informações, observando os meios com que se concretizam as experiências, é organizar graficamente alguns dos conhecimentos registrados à luz de uma “presença de espírito”, seja esse ente de natureza divina, seja oriunda de um passado ancestral ou de uma expectativa de futuro a ocorrer como evento possível, o que é, enfim, o reconhecer de significados possíveis a uma interpretação quanto ao que são, realmente, os aprendizados como se existisse uma linha de ligação entre uma margem e outra dentro neste caos do desconhecido por meio de uma ponte luminosa.

São inúmeros os exemplos na literatura de uma atividade extensa de pesquisa relacionada às civilizações da Antiguidade, mas, sobretudo, na de origem egípcia que, aliás, fornece uma fonte quase inesgotável de vivências relacionadas às formas de registros dedicados a uma posteridade, às gerações futuras, fonte muito próxima a importância da elaboração dos Livros dos Mortos a se fazer um recorte dos aprendizados dos quais a pessoa se recorda, ou seja, ela re-vivencia por meio de seu coração, órgão imprescindível diante da deusa da Justiça, Maat, para a qual a pessoa faz sua confissão negativa, no momento da passagem vida-morte, expressando-se de modo a nada a dever seja aos deuses e/ou seja aos homens, ou ainda, ao mundo e ao além-mundo.
Não seria demais destacar aqui que a linguagem é o maior recurso desde tempos imemoriais, e é com a linguagem que o ser humano se torna capaz de alcançar a realização de seus anseios, além da satisfação de suas necessidades, pois cada indivíduo depende da comunicação para uma vivência cultural e civilizatória, vivência “resgatada” de um caos desconhecido tal qual uma solução que se alcança por uma nova forma de organização dos conhecimentos que a pessoa acessa diante de seus desafios naturais e humanos.
Possivelmente, para a Antiguidade Egípcia, a “realidade” provida e organizada por Maat, haveria de ser uma solução para uma certa dimensão de entendimento de sociedade (esse último sendo um termo moderno) que trata de comportamentos distintos com base em linguagens e formas de comunicação também variadas.
Biblioteca
- "O Mito em Guimarães Rosa: Travessias Insólitas" – ABRALIC, artigo em pdf.
- A "porta" como veículo de passagem
- A crença na magia a partir da literatura medieval – Tese
- A Di-visão do Mundo Social e os Limites da Integração no Egito Romano
- A DIMENSÃO SOCIOESPACIAL DO CIBERESPAÇO: UMA NOTA (pdf)
- A Escrita e o Poder na Antiguidade Clássica – Artigo Tiago França
- A história de um reino esquecido? Levantamento de Arqueologia e Geografia Histórica do Centro-Oeste da Anatólia no Segundo Milênio aC
- A magia formaspensamentos (pdf)
- A parceria Associação Brasileira de História das Religiões/Paulinas: experiências de publicações em estudos de religião
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