Os manuscritos do mar Morto

Uma extraordinária obra de E.M. Laperrousaz, arqueólogo que aborda os primeiros estudos dos “Manuscritos do Mar Morto” depois de localizados onde é hoje o sítio arquelógico de Qumran.

Falésias em que estão as grutas onde foram encontrados os manuscritos

Ciência das Estrelas

Série Especial

Os manuscritos do mar Morto

Indicação de leitura: o livro de E. M. Laperrousaz (02-08-1924 / 20-08-2013), autor que foi arqueólogo membro da “Escola Arqueológica Francesa de Jerusalém” e diretor de pesquisas da Seção de “Ciências Religiosas da Escola Prática de Altos Estudos de Paris”. 

Numa edição dentro de um formato tradicional para a Editora Cultrix, o livro “Os manuscritos do mar Morto” que tenho aqui como leitura, é de 1995, em sua décima edição, tem 188 páginas numeradas e se divide em capítulos, todos muito interessantes.

Na “Introdução” assinada pelo autor, abre-se ao leitor uma reprodução do ambiente e da época do achado arqueológico nos meados do século XX, com a finalidade de se destacar o empenho de especialistas da área arqueológica por interpretar os documentos epigráficos e arqueológicos encontrados em Qmran. Nos capítulos posteriores, o leitor se vê em meio a achados arqueológicos, observando-se a vida de campo de um arqueólogo na descrição do ambiente, do acervo e nas consequentes análises de seus elementos para se chegar ao objetivo de se poder entender uma cultura que teria relação com o cristianismo primitivo na sua afinidade com as origens pré-cristãs e essênias dos manuscritos como, por exemplo, o “Capítulo II – A composição da Biblioteca de Qumran”, ou o “Capítulo III – A organização da Comunidade de Qumran”, ou o “Capítulo IV – Ritos e crenças da Comunidade de Qumran”.

No “Capítulo II – A composição da Biblioteca de Qumran” merece destaque o item III que se intitula “Os rolos de cobre da gruta 3Q” que trariam os locais onde estaria escondido o “Tesouro do Templo” durante a Primeira Revolta Judia (66-70 d.C.), sendo possível que os rolos foram escondidos na gruta por pessoas que viveram um longo tempo nos edifícios que formavam a Comunidade de Qumran.

Entre as obras achadas nos pergaminhos, alguns títulos se destacam na composição da Biblioteca, os rolos de manuscritos dos livros bíblicos do “Velho Testamento”, compilação dos “Salmos”, “Apócrifo do Gêneses” (único dos sete grandes manuscritos em aramaico), manuscritos dos “Hinos”, outro da “Regra Anexa” e o manuscrito do “Regulamento”, achado por meio dos beduínos. O sétimo dos manuscritos foi o encontrado em melhor estado físico, intitulado de “Regulamento da Guerra dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas”.

Finalmente, o texto de E. M. Laperrousaz é uma ótima leitura pela forma instigante que sintetiza a informação quanto aos principais achados, para , em seguida, complementá-la com algumas observações suas sobre os artefatos arqueológicos relacionados no acervo. A tradução de Maria Stela Gonçalves e Adail Ubirajara Sobral na edição da Cultrix consegue levar o leitor para a experiência do que está escrito, da tradução escrita em francês para o português, conservando viva a ideia original dos textos encontrados em Qmran, traduzidas as várias línguas arcaicas usadas.

Bibliografia:

LAPERROUSAZ, E. M. “Os manuscritos do mar Morto”. Laperrousaz; tradução de Maria Stela Gonçalves e Adail Ubirajara Sobral. Décima edição. SP: CULTRIX, 1995. 

Ver também https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuscritos_do_Mar_Morto

 

Egídio Mariano

Sou pesquisador independente com formação bacharel em Letras, atuando como escritor, editor e produtor de conteúdos web, especializado em Planejamento e Gestão Estratégica, com Docência ao Ensino Superior e Educação à distância (EAD). Sou autor de "Estados de civilidade: uma história sobre tecnologias" (artigos); "Cartilha de Jack & Janis - Uma sátira da vida conjugal moderna" (novela) entre outras publicações.

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