Em "O controverso campo da origem da tecnologia humana" tratei do livro de Erich von Däniken que versa sobre a origem da tecnologia usada pelo ser humano como se essa tivesse a influência de tecnologias alienígenas transmitidas a algum enviado entre os homens.
De acordo com Däniken, há, na Espanha, o complexo de Menga são dólmens em que se encontram "algumas gravuras em forma de cruz e uma estrela de cinco pontas, com diâmetro de cerca de 18 centímetros", a mais de 3.500 anos (Bibliografia lincada p. 29-34).
O relato de uma possível origem a elementos mágicos no imaginário coletivo que possa ter como resultado "A chave de Salomão", compêndio mágico em que se trata pela primeira vez, muito provavelmente, do "Pentáculo" como símbolo, o autor Idries Shah, em A Tradição Secreta da Magia. nos remete também a pensar os vínculos pré-históricos a eventos pré-escritas de natureza que se torna fundamental à existência em sociedade da humanidade que hoje conhecemos através do advento da escrita.
O alfabeto que usamos hoje é derivado daquele usado pelos fenícios, uma civilização que floresceu entre aproximadamente 3.500 e 2.300 anos atrás no Mediterrâneo Oriental. Eles usaram o que os estudiosos chamam de língua semítica, um termo que se refere a um ramo de línguas que remetem suas origens ao Oriente Médio, cada um compartilhando algumas palavras semelhantes. O primeiro precursor do nosso alfabeto foi escrito em línguas semíticas. Poucos textos escritos em línguas semíticas datam de 3.400 anos ou mais, no entanto.
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Portanto, pode ser que as origens semíticas e até babilônicas das Chaves de Salomão, uma das hipóteses apontadas por Idries Shah em A Tradição Secreta da Magia, que nos tenha vindo, na Idade Média, à Europa por meio das mãos dos gnósticos, dos cabalistas de escolas iniciáticas mágico-religiosas, seja muito provavelmente, o registro, na ideia do autor, de uma forma de um conhecimento anterior, necessariamente relacionado à experiência da tradição oral relacionada a um aprendizado possível pela narração de histórias, de meios ilustrativos de discursos que constituem elementos mágicos presentes como no símbolo de "Anel de Salomão", que se diz bem conhecido entre estudantes das Mil e Uma Noites" (SHAH; p. 11) Conjectura-se, no entender dele, que as histórias de Mil e Uma Noites tenham sido baseadas em histórias babilônicas, e nesse sentido, mesmo entre os árabes, nada havia sobre a Arte da Magia de Salomão para ser mencionado na forma de um livro, o que se supor, então, pelo raciocínio do autor, é que a "Chave de Salomão" como um conhecimento mágico iniciado ou usado por Salomão, tenha sido compilado possivelmente depois dele, no que Idries Shah (p. 12) aponta:
Essa conclusão é interessante, no que diz respeito às afirmações de que a magia de Salomão está intimamente ligada à magia ritualística praticada no Antigo Egito e atribuída a Hermes. O termo hermético ainda é utilizado para significar operações alquímicas e obras secretas.
A origem desses elementos considerados mágicos a seu próprio tempo de enunciação e sentido pode ser tomada como uma forma de transição da abstração não registrada a registros gráficos intencionados. Uso ritualísticos dessa escrita fenomenológica da percepção humana evolui para parâmetros mais complexos de significados, mas a percepção primitiva a constitui como elemento fundamental a toda teia de sentido e de interpretação.
Portanto, "Diários de bordo" como os de "Diário de Merer" citado em "As Cheias do Nilo", última postagem, são de alguma forma transcrições comuns na perspectiva de trajetória ou de um curso orientado de eventos e de causas e efeitos que pudessem ser alterados, fazendo com que a percepção desses argonautas primitivos passassem a preservar histórias.
Inscrições rupestres, como as que conhecemos recentemente, em "Ciências Primitivas", nos levam a interpretar a necessidade desse homem primitivo em seus hábitos, um visionário em razão do tempo ainda a lhe vir, fazendo registro do cenário a documentar a imagem de sua visão, sabendo-a transitória pela passagem do tempo.
Para fins de navegação da humanidade, o registro cotidiano de fatos pode ter implicado em um hábito incorporado ao habitat do homem primitivo. Como vimos, desde a Antiguidade Egípcia os escribas e sacerdotes tratam dos artifícios das palavras de seus ídolos: eles são operadores de sistemas que representam a capacidade de uma ideia em se generalizar. [Ver "ATON"].
O curso da história, do fim do Matriarcado Primevo ao Patriarcado que fundamenta as relações das nações até a Idade Média, nos demonstra o início e ascensão da necessidade da escrita e do registro das passagens das histórias, constituindo-se ensinamentos ordenados em práticas sistêmicas que abrirá possibilidade dos ordenamentos jurídicos e das cátedras de instituições centenárias de ensino.
Bibliografia citada:
Idries Shah; A Tradição Secreta da Magia Enigmas de todos os tempos. Trad. Roberto B. O. Goldkorn. RJ: Bertrand Brasil, 1995.