Estudo da Introdução ao Realismo Fantástico

Notas sobre O Despertar dos Mágicos

Observações sobre o Livro “O Despertar dos Magos” de Louis Pauwels e Jacques Bergier

Um livro que inaugura a linguagem contestadora à academia e ao conhecimento delimitado como ciência na França e nos anos 60 e 70 do século XX, teve por subtítulo a meta de ser uma introdução ao Realismo Fantástico, texto em que a narrativa apresentada se desdobra a interpretar a transformação do comum e do cotidiano em uma vivência que inclui experiências sobrenaturais ou fantásticas, já que, de acordo com Louis Pauwels em seu prefácio à obra, de autoria dele e de Jacques Bergier: “Esse livro resume cinco anos de pesquisas, em todos os setores do conhecimento, nas fronteiras da ciência e da tradição”(p.13); sendo anos motivados a uma longa digressão sobre temas tão diversos como a alquimia, sociedades secretas, civilizações perdidas, o estranho, as religiões e as ciências ocultas ou esotéricas, com base em provas antigas (como o Mar Morto), livros de pesquisa de autores reconhecidos ou não, revistas e livros sobre ficção científica ou literatura de fantasia(*).

“O Despertar dos Mágicos”  foi publicado na França em 1960 com o título original “Le Matin Des Magiciens” por Louis Pawels, então autor de um livro sobre o místico G. I. Gurdjieff, e posteriormente o fundador e editor da Revista “Planète” em 1960; e por Jacques Bergier que foi engenheiro químico, espião, jornalista e escritor de nacionalidade francesa e polaca e de ascendência judaica, e que contribuiu para promover, na França, algumas teorias paranormais e pseudocientíficas.

O seu conteúdo traz uma visão estética da vida que não exclui a experiência do real quando se refere à Literatura Fantástica, depois como Realismo Mágico, Maravilhoso ou Alegórico, onde o fenômeno do estranho se explica por meio de causas de tipo natural e sobrenatural, e entre os dois campos, o efeito do fantástico.

Para quem não estava por aqui quando os hippies caminhavam sobre a terra: “O Despertar dos Mágicos” foi um livro lançado na França em 1960, de autoria de Jacques Bergier e Louis Pauwels, que com o sucesso da obra lançariam depois a revista Planète, dedicada a assuntos esotéricos – e que chegou a ter uma edição brasileira, editada, durante algum tempo, pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão.

De “Olhar Cético” –

Uma nova luz sobre ‘O Despertar dos Mágicos’ de Carlos Orsi

Observações sobre o Realismo Fantástico

Contexto do interesse

É obra de referência para o Realismo Fantástico.

Em síntese, caracteriza-se pelo conhecimento limiar entre ciência e a tradição por meio de elementos mágicos ou fantásticos percebidos como parte da “normalidade” pelos personagens;
entre outras características ficcionais:

  • Presença de elementos mágicos algumas vezes intuitivos, geralmente não explicados;
  • Presença do sensorial como parte da percepção da realidade;
  • Realidade dos acontecimentos fantásticos, embora alguns não tenham explicação ou sejam improváveis de acontecer;
  • Percepção do tempo como cíclico ao invés de linear, seguindo tradições dissociadas da racionalidade moderna;
  • Distorção do tempo para que o presente se repita ou se pareça com o passado;
  • Transformação do comum e do cotidiano em uma vivência que inclui experiências sobrenaturais ou fantásticas;

Preocupação estilística quando se refere à literatura fantástica, como o realismo mágico, o maravilhoso e o alegórico.

Para saber mais sobre o tema:

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Despertar_dos_M%C3%A1gicos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jacques_Bergier

https://en.wikipedia.org/wiki/Jason_Colavito

https://pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Pauwels

https://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo_m%C3%A1gico

https://www.artesfatos.com/autores-comentados/autores-notaveis/gurdjieff-g-i/

Recorte:

Considerado célebre taumaturgo, Gurdjieff afirmava ter aprendido certo número de segredos  sobre as origens das antigas civilizações, entre os quais, a de um órgão especial emissor de energias psíquicas destinadas a preservar em equilíbrio o cosmo, algo semelhante à ideia de alma, participando, assim, do equilíbrio das energias cósmicas ou do movimento cósmico da harmonia geral. (p 286-287 de “O Despertar dos Mágicos – Introdução ao Realismo Fantástico” PAUWELS e BERGIER)

PAUWELS, Louis; e BERGIER, Jacques. “O Despertar dos Mágicos – Introdução ao Realismo Fantástico”. Tradução Gina de Freitas, 14 ed. RJ: DIFEL, 1978.

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Egídio Mariano

Sou pesquisador independente com formação bacharel em Letras, atuando como escritor, editor e produtor de conteúdos web, especializado em Planejamento e Gestão Estratégica, com Docência ao Ensino Superior e Educação à distância (EAD). Sou autor de "Estados de civilidade: uma história sobre tecnologias" (artigos); "Cartilha de Jack & Janis - Uma sátira da vida conjugal moderna" (novela) entre outras publicações.

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