Origens dos Conhecimentos
As cidades há 3500 anos
Deir Almedina (em árabe: دير المدينة; romaniz.: Deir el-Medina) é uma vila do Antigo Egito que serviu de residência de artesãos que trabalharam em tumbas do Vale dos Reis entre a XVIII e XX dinastias do Reino Novo (1550–1069 a.C.). Seu nome antigo era Sete Maate (“O Lugar da Verdade”) e os trabalhadores que viveram lá se chamavam Servos do Lugar da Verdade. Na época cristã, o Templo de Hator foi convertido em igreja, da qual o nome árabe Deir Almedina (“Mosteiro da cidade”) derivou.[*]
A consciência sobre a necessidade contínua de certos aspectos básicos de subsistência fez de povos nômades regulados pelos eventos de mudança e com os eventos de mudança, adaptando-se eles ao meio, a povos pastores com criações em campos específicos para, depois, haver o cultivo de grãos sobre a terra transformada pela ação do arado tracionado pelos bois.
Apenas consciente de um sistema regular de chuvas associado ao entendimento sobre o que, no ambiente, é comestível e naturalmente multiplicável, trouxe o ser humano à capacidade de transformar-se em regulador de seu próprio hábito de prover-se com alimento. E com isso, uma gama de abstrações relacionando causas e consequências que adviriam, por exemplo, do plantio na época certa, trouxe o ser humano a uma visão de comparações e cálculos intuitivos muito focados na percepção de volume e de quantidade do que propriamente uma consciência numérica a respeito.
Sobretudo, um pensamento estruturado seria possível àqueles que se detinham a organizar os meios de que se serviriam no futuro como conhecedores dos aspectos mais amplos da relação humana com seu ambiente.
Deir Almedina, há mais de 3500 anos:
O assentamento era o lar de uma população mista de egípcios, núbios e asiáticos que trabalhavam como trabalhadores (cortadores de pedras, estucadores, carregadores de água), bem como os envolvidos na administração e decoração dos túmulos e templos reais. Os artesãos e a aldeia eram colocados em dois grupos, esquerdo e direito, que trabalhavam em lados opostos das paredes da tumba, semelhantes à tripulação de um navio, com um capataz para cada um que supervisionava a vila e o trabalho. Como o poço principal era a trinta minutos a pé, os transportadores trabalhavam para manter a aldeia regularmente abastecida com água. Ao trabalhar nas tumbas, os artesãos passaram a noite num acampamento com vista para o Templo mortuário de Hatexepsute (r. 1473–1458 a.C.) que ainda é visível hoje. Registros sobreviventes indicam que os trabalhadores tinham refeições cozidas entregues a partir da aldeia.
Com base na análise de renda e preços, os operários seriam, em termos modernos, considerados de classe média. Como funcionários assalariados do Estado, eram pagos em rações em até três vezes a taxa do ajudante de campo, mas segundos empregos não oficiais também eram muito praticados. Em festivais como Sede, operários recebiam suprimentos extras de comida e bebida para permitir uma celebração elegante. A semana de trabalho durou oito dias seguidos por dois dias de folga, embora os seis dias de folga por mês pudessem ser complementados com frequência devido a doença, motivos familiares e, como registrado pelo escriba da tumba, remar com a esposa ou ressaca. Incluindo os dias entregues aos festivais, mais de um terço do ano foi de folga para os moradores durante o reinado de Merneptá (r. 1213–1203 a.C.).
Nos dias de folga, os operários podiam trabalhar em seus túmulos e, como estavam entre os melhores artesãos do Antigo Egito, que escavavam e decoravam os túmulos reais, seus próprios túmulos são considerados alguns dos mais belos da margem ocidental. Uma grande proporção da comunidade, incluindo as mulheres, poderia pelo menos ler e possivelmente escrever. Os empregos dos trabalhadores teriam sido considerados desejáveis e valorizados, sendo os cargos herdáveis. [*]
E não lhe parece uma descrição incrível de se relacionar a um modo de vida ocorrido há milhares de anos atrás? Com um grau de sofisticação técnica, tanto conceptiva quanto artesanal, capaz de produzir resultados como esse?
É extraordinário para mim conhecer um pouco mais a história de um modo de vida que, por consciência de sua possibilidade, deve ter existido tanto quanto existe, para nós, o nosso modo de vida.
Sinto-me instigado a compreender seus elementos como uma vila que existiu há milhares de anos como se eu pudesse ser uma parte do que existiu a fim de entender melhor a respeito:
No seu auge, a comunidade continha cerca de 68 casas espalhadas em área total de 5 600 metros quadrados com estrada estreita que percorre toda a extensão da vila. A estrada principal pode ter sido coberta para abrigar os aldeões do brilho intenso e calor do sol. O tamanho das casas variou, com espaço médio de 70 metros quadrados, mas os mesmos métodos de construção foram usados em todo o sítio. As paredes eram de tijolos de barro, construídas sobre fundações de pedra. A lama foi aplicada às paredes, que foram então pintadas de branco na superfícies externas com algumas superfícies internas pintadas de branco até altura de cerca de um metro. Uma porta da frente de madeira podia ter o nome dos ocupantes. As casas consistiam de quatro a cinco cômodos, incluindo entrada, sala principal, duas salas menores, cozinha com adega e escada ao telhado. O brilho total do sol foi evitado, pois as janelas estão no alto. A sala principal tinha plataforma de barro com degraus que podia ser santuário ou cama de parto. Quase todas as casas tinham nichos de estátuas e altares pequenos. Suas tumbas eram pequenas capelas e subestruturas recortadas com pequenas pirâmides.[*]
Mas seria esse um único exemplo de sociedade ancestral? O que você acha? Venha conosco nessa jornada pelos conhecimentos do Antigo Egito e comente abaixo suas impressões e seus conhecimentos a respeito!
Ankh e o sinal de dignidade real
Para ir além:
[*] https://pt.wikipedia.org/wiki/Deir_Almedina
EM PDF O TEMPLO INTERIOR: REPRESENTAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NO ANTIGO EGITO acesse AQUI
Também interessante!
https://hypescience.com/a-consciencia-humana-cria-a-realidade