Djed em Intérpretes Presentes

Amuleto Djed - cerca de 664 - 330 a.C. Peça no Metropolitan Museu de Art

Djed é símbolo sagrado inerente à constância da ideia de existir uma civilização que se interpreta na ordem das tecnologias com um maior ou menor grau de evolução em seus meios.

DJED - ARTESFATOS

Uma das coisas da qual nunca me esqueço diz respeito ao assombro que se pode sentir diante de algo incomum, frente a algo extraordinário como evento ou recurso tecnológico, estando sob o efeito do que se compreende ao que se fala de uma mágica qualquer feita para os olhos de uma criança que desconhece os meios da realidade espantosa a que tem acesso pela visão sobre o que lhe é desconhecido.

Como um instrumento simbólico com uma vasta aplicação no Antigo Egito, Djed representava uma força sagrada e constante [K] que era encontrada pela mitologia egípcia para poder descrever um hieróglifo com uma forma de um pilar que sustenta a criação de um cosmos num grau de estabilidade em um equilíbrio polarizado e cíclico associado ao deus Osíris, o deus egípcio do pós-morte, do submundo e dos mortos, a representar sua coluna vertebral.

A consciência da integridade humana individualizada em relação ao seu ambiente conhecido se traduz na consciência sobre uma evolução, de um antes/depois mais ou menos complexos e vice-versa. No equilíbrio entre o sopro que da forma à materialidade a partir de uma vontade transformada, foram as dimensões de humanidade tocadas pela percepção sutil de que uma escolha realizada pelo arbítrio, que é juízo e algum discernimento sobre si no mundo.

Acima temos uma oficina a acabamento de amuletos djed, um artefato osiríaco para a renovação tanto espiritual como do poder real - cerca 1390 –1349 a.C./ Detalhe ampliado da cena principal

“No mito de Osíris e Ísis, Osíris foi morto por Seti ao entrar num esquife feito para acomodá-lo. Seti então lançou o esquife com o então falecido no rio Nilo, que foi carregado pelo rio até a cidade de Biblos na Síria. Encalhou e, rapidamente, cresceram raízes de uma árvore sagrada ao seu redor, abrigando o esquife no seu tronco. O rei do território, intrigado pelo crescimento rápido da árvore, ordenou seu corte e transformou-a em um pilar do seu palácio, desconhecendo o fato dela abrigar o corpo de Osíris. Enquanto isso, Ísis procurava pelo corpo do deus com a ajuda de Anúbis, e soube da sua localização na cidade de Biblos. Ísis submeteu-se ao rei e à rainha, e pôde fazer um pedido. Ela pediu o pilar do palácio, e, tendo seu pedido atendido, retirou o esquife do pilar. A deusa, então, consagrou o pilar, ungindo-o com mirra e embalando-o num tecido de linho. Este pilar ficou conhecido como o pilar de djed”*.

O pilar de Djed foi utilizado como amuleto para os vivos e mortos, colocado próximo à coluna vertebral do corpo mumificado, asseguraria a ressurreição do falecido, ao que do Livro Egípcio dos Mortos se pronunciaria um encantamento que garantiria à múmia recuperar o uso da sua coluna a ser capaz de sentar-se. 

Do último período ptolomaico Djed em Metropolitan Museum of Art - CC0

*Fonte

https://pt.wikipedia.org/wiki/Djed

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Craftsmen,_Tomb_of_Nebamun_and_Ipuky_MET_eg30.4.103a.jpg

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/548568

Egídio Mariano

Sou pesquisador independente com formação bacharel em Letras, atuando como escritor, editor e produtor de conteúdos web, especializado em Planejamento e Gestão Estratégica, com Docência ao Ensino Superior e Educação à distância (EAD). Sou autor de "Estados de civilidade: uma história sobre tecnologias" (artigos); "Cartilha de Jack & Janis - Uma sátira da vida conjugal moderna" (novela) entre outras publicações.

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