Série Intérpretes Presentes
Tapetes Orientais
O espaço da materialidade que pode ser levado como modo de vida nômade sendo um lar e templo pessoal voltado ao sagrado de sua existência, à quarta dimensão do espírito que é uma forma de entendimento.
A consciência, individualizada pela criação de suas margens sensíveis aos modos de se perceber no ambiente, age como dois amantes sobre o espaço de um tapete estendido e que representa o templo sagrado para ambos. Mas fora deste espaço delimitado que se revela à parte da paisagem como se por obra mágica que transporta os tais dois amantes por milhares de anos, que os amantes se encontram no sagrado, e se firmam na tradição do que já vem há milhares de anos sendo posto como eventos de determinadas magnitudes dentro de ações e de reações que se somam e determinam os limites conscientes dessa liberdade temporal.
São duas forças de uma mesma existência que vive um plano comum de que se serve como espaço sagrado para a energia que se refere ao movimento de equilíbrio necessário à realidade da vida como a conhecemos.
Pois, vimos, pela postagem anterior, que a natureza material da existência está em três dimensões físicas estruturadas à quarta dimensão, a terrenal, a de Gaia, representada essa pela ideia de vida como ao de um quinto elemento dimensional relacionado ao animus/anima do plano espiritual simbolizado pelo sopro que anima o corpo a um movimento.
Então, é a partir da quarta dimensão que passamos, na verdade, a tratar de um corpo sutil perceptivo, também, sensível às formas sutis e, portanto, perceptivo a uma comunicação com mensagens e leituras não materiais a um entendimento consciente como ocorre com o mundo tátil, um dos cinco sentidos humanos, extremamente ligado às mãos na identificação de uso como símbolo e significado interpretado como um modo de se compreender no mundo da phisys.
A quinta dimensão, a se dizer da alma que é um espaço ocupado por um corpo astral, provavelmente arcano humano, também é fenômeno de uma compreensão que se estende há milhares de anos na visão do que seja uma humanidade formada por uma consciência sutil que se chamaria de “hekau” na Antiguidade do Egito. “Hekau” seria uma energia ou “força” de natureza inata à criação e que, por isso, compreenderia ser um estado de “potência mágica” presente nas entidades vivas conforme seu nomes fossem chamados à consciência de quem os anunciava. E dentro de um fenômeno de síntese de sentidos a que dariam cultos a essa força, o entendimento de seu ciclo pode ter dado origem ao ciclo do culto à deusa grega “Hécate”, deusa cujas três faces reproduzem o ciclo da existência humana corpórea condicionado pelo nascimento, pelo amadurecimento e pela morte, então compreendido na roda cíclica da vida, tecendo o equilíbrio necessário à ideia de passagem, signo maior de sua representação de um poder original.
Sobre o tapete de que se serve o viajante pelo deserto à oração, ao descanso de seu sono, a acomodar a carga de seu peso sobre o camelo ou dromedário, muito do que poderia ocorrer de seu uso estão como alternativas a soluções de desafios diários, com o viajante aprendendo a seguir em seu caminho com os recursos de que faz uso para exercitar seu corpo físico, mental, espiritual e anímico relacionado à sua presença e a uma constante forma de aprendizado, de que é dependente toda sua sobrevivência.
Quem aprende está em contato quase que permanente com o resultado do que compreende, compreendendo-se pela concepção em que se vê um ente em múltiplos planos até à percepção quanto ao que é o outro que existe para além dele, em que esse outro se compreende, porque, de alguma maneira, também o outro é resultado de um aprendizado, num duplo: “sou-é”.
A dúvida sobre a identidade não encontra resposta pelo que se pode pensar do que “sou-é” no entender chave de quem sou ou de quem se encontra no que está além do que sou, está em responder a uma identificação pelo que se formula numa direção como entendimento de propósito de sua criação, e, sobretudo, qual seu o sentido, pois quem se verá além de si mesmo?
E nisso reside o aspecto do espaço em seus múltiplos níveis de percepção e de compreensão humana, um plano que poder ser representado pela figura de um quadrado, um espaço com dimensões determinadas à compreensão de quem pode responder sua questão interior de quem é.
Símbolos relacionados às capacidades de trânsito entre planos diversos: o tapete, uma determinação espacial de apresentação a um ambiente; uma lanterna, lamparina, castiçal ou outro suporte luminoso, compreendendo o símbolo da chama interior da consciência do viajante e um cetro de poder, onde se localiza e se concentra a atenção da mente do viajante quando dos possíveis recursos acessíveis.
Imagens pixabay.com
Para ir além:
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm17/escpita.htm
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4406341/mod_resource/content/1/vida_pitagoras.pdf